Vasos de Honra

sábado, 10 de novembro de 2012

O Espírito Santo como o nosso guia





(Mensagem enviada aos missionários da Junta de Missões Nacionais: Como podemos entender e reconhecer a liderança do Espírito Santo em nossa vida quando temos que tomar tantas decisões, tanto em nosso cotidiano pessoal, como também no exercício do nosso ministério?)

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são os filhos de Deus” (Rm. 8:14). E, no mesmo sentido: “Andai no Espírito e jamais satisfarei à concupiscência da carne” (Gl. 5:16. Estes dois textos indicam que a liderança do Espírito Santo em nossa vida é uma preciosa realidade. O primeiro fala da nossa adoção e a certeza da salvação. O segundo indica um dos propósitos da liderança do Espírito Santo em nossa vida. Ele intenta a nossa conformação à prática da vontade de Deus, ou seja, a nossa santificação, uma vida santa e irrepreensível em todos os sentidos, Ef. 1:4. Mas a pergunta é: Como podemos entender e reconhecer a liderança do Espírito Santo em nossa vida? Nós vamos estabelecer alguns princípios básicos para um norteamento mais seguro, e, depois, alguns exemplos específicos de como o Espírito Santo guia os nossos passos.

1. A base da nossa experiência cristã. Devemos aceitar, de coração, a suficiência e a infalibilidade das Escrituras Sagradas, que são “a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência” (Cat. Maior, 3). Quando o Espírito Santo está guiando a nossa vida, Ele fala, sempre e unicamente, através do ensino das Escrituras Sagradas.

2. O modo de Deus revelar a sua vontade.  A história da revelação se divide em dois períodos distintos: durante o tempo do Antigo Testamento, antes da primeira vinda de Cristo; e, durante a formação do Novo Testamento, enquanto a Igreja de Cristo estava sendo estabelecida. Até a vinda de Cristo, Deus falava através de seus profetas. “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas.” Mas, com a vinda de Cristo, não houve mais necessidade de profetas para anunciar a vontade de Deus. “Nestes últimos dias (Deus) nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb. 1:1-2).  A transição entre os dois períodos é clara. No Antigo Testamento, a revelação foi incompleta porque tudo estava aguardando a vinda de Cristo, que seria a revelação definitiva da vontade de Deus. Depois de ter dado o seu Filho, Deus não tem mais nada para oferecer à humanidade, nenhuma outra revelação, nenhuma palavra para as pessoas em situações difíceis. Tudo está nas Escrituras Sagradas. “O Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos” (Jo. 3:35)

A nossa Confissão de Fé elucida este assunto: Depois de reconhecer que Deus foi servido, “em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja  aquela a sua vontade; depois ... foi igualmente servido fazê-la escrever todas. Isto torna a Escritura Sagrada indispensável, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo” (Confissão de Fé 1:1). Nós discernimos a vontade de Deus através do Espírito Santo falando pelas Escrituras. Quando confessamos que as Escrituras Sagradas são a única regra de fé e obediência, estamos declarando que não aguardamos e nem esperamos revelações particulares para resolver as circunstâncias difíceis de nosso cotidiano. Toda a orientação que precisamos, "ou é expressamente declarada na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzida dela" (Confissão de Fé, 1:6). Não é bíblico confessar: Eu sinto que Deus falou no meu coração de maneira especial, a não ser que o Espírito Santo esteja confirmando um ensino específico e bíblico ao nosso coração. Ele pode testificar com o nosso espírito. Cuidado com os falsos profetas que falam ousadamente em nome de Deus. “Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus” ( 1 Pe. 4:11).

3. O dom do Espírito Santo é dado para nos guiar. Aqueles que são cristãos de verdade têm o Espírito Santo habitando em sua vida; e aqueles que não têm o Espírito Santo, ainda não pertencem ao número dos redimidos, (Rm. 8:7). O dom do Espírito é a prova infalível de que pertencemos a Deus. “Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu seu Espírito” (Jo. 4:13). O Espírito foi dado a fim de nos consolar, isto é, para estar ao nosso lado, tomando a nossa mão e guiando-nos na prática da vontade de Deus. Além desse ministério, temos a promessa de que o Espírito Santo nos “guiará a toda verdade” (Jo. 16:13). Não apenas a verdade sobre o plano da salvação, mas, também, a verdade relacionada às decisões que tomamos todos os dias. Assim, somos fortalecidos para andar com segurança na prática da vontade de Deus.

4. Como o Espírito Santo guia o seu povo?  Existem uma infinidade de atividades que fazem parte da vida normal do homem, onde a direção do Espírito não é propriamente necessária (se não fosse assim, o descrente não poderia viver, visto que ele não tem o Espírito Santo em sua vida), porém, a motivação do crente é: “Quer comais, quer bebais ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co. 10:31). Nesta livre expressão, é o Espírito Santo que concede ao homem o domínio próprio para viver para a glória de Deus, (Gl. 5:22-23). Citamos alguns casos para ilustrar como o Espírito Santo guia o seu povo. É sempre através do claro ensino das Escrituras que Ele aplica, poderosamente, às necessidades do indivíduo.

Na Igreja Primitiva, surgiu uma crise doutrinária. Alguns, contrariando o ensino bíblico, afirmaram que era necessário ser circuncidado a fim de ser salvo. “Então se reuniram os apóstolos e presbíteros para examinar a questão” (At. 15:1,6). Eles não pediram uma revelação especial para resolver o problema, antes, eles buscaram respostas nas Escrituras Sagradas. Depois de grande debate, uma proposta foi oferecida com este apelo: "Conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito." A conclusão foi esta: “Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles (os gentios que creram) o foram” (At. 15:11). Depois da reunião, temos este comentário: “Pois pareceu bem ao Espírito (que falou pelas Escrituras) e a nós não vos impor maior encargo além destas cousas essenciais” (At. 15:28).

Podemos ser experimentados por toda sorte de tentação, como aconteceu com Jesus Cristo. Mas a pergunta é sempre a mesma: O que é que a Bíblia fala sobre esse assunto? O Espírito Santo nos guiará, trazendo à nossa memória um versículo bíblico, constrangendo-nos para agir de acordo  com a autoridade indiscutível: “Está escrito.” Não posso agir ao contrário, (Lc. 4: 1-13).

Somos cercados por oportunidades para estabelecer formas de união com os descrentes, onde as duas partes são iguais: sócio de uma firma ou no casamento. Novamente, o Espírito Santo trará à nossa memória um texto próprio: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade?  Ou que comunhão da luz com as trevas?” (2 Co. 6:14-18). Temos que sempre submeter-nos ao que o Espírito fala pela Bíblia.

Quanto ao chamado para ser missionário. Vemos a Igreja reunida em oração, buscando o Senhor sobre a evangelização do mundo. O ambiente é totalmente bíblico. Barnabé e Saulo, ouvindo a ordem do “Ide” logo se apresentaram, dizendo: “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb. 10:9). Agora, o Espírito Santo, confirmando a sua obra secreta no coração dos dois, fala à Igreja: “Separai-me agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At. 13:1-3). O Espírito Santo confirma o seu chamado através da voz da Igreja. Sentimos a admiração do Ap. Paulo quando confessou: “O Senhor me considerou fiel, designando-me para o ministério” (1 Tm. 1:12).

Na execução do nosso ministério, dentro do ensino das Escrituras, o Espírito Santo usa convites específicos para colocar os seus servos no lugar certo. Às vezes é o Presbitério, ou a liderança da organização que faz as devidas colocações. Mas seja qual for a providência do Espírito Santo, que sempre guia de acordo com as Escrituras, temos que estar prontos para obedecer. Neste sentido, temos que considerar os motivos da colocação. São bíblicos?

Devemos aprender com o Ap. Paulo: “Não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade (que está nas Escrituras) em toda a sabedoria, e entendimento espiritual” (Col. 1:9-12)


Rev. Ivan G. G. Ross.
Itajubá, 10 de Novembro de 2012

Um comentário:

  1. Muito bom , conhecimento nunca é de mais,

    Obrigado ALTÍSSIMO SENHOR MISERICORDIOSO , TI AMO PAI.

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